domingo, 3 de junho de 2012

Como Implantar o CEP

Implantar o CEP em uma empresa requer diversos cuidados na sua aplicação. Um consultor bem treinado em técnicas estatísticas deve promover os estudos iniciais e acompanhar todo processo de implantação e utilização preliminar. Os passos para implantação do CEP podem ser verificados abaixo: a) Identificar processo a ser controlado: o processo a ser controlado deve ter uma significância para a empresa, ou seja, deve haver um sentido prático na necessidade de controle de tal processo (custo das falhas, importância para o cliente, etc.). b) Nem todo processo pode fazer uso do CEP. Existem algumas premissas para sua utilização: • Processo com Variação Normal (Gaussiana) • Processo Capaz (CPk 1,33 para 3s) • Processo Estável (não varia ao longo do tempo) A verificação dessas premissas deve ser obrigatoriamente realizada antes de utilizar a carta CEP. A verificação da Normalidade de Processo deve atender ao estipulado na Norma NBR 5430. A estabilidade de processo deve ser verificada através de acompanhamento de amostras ao longo de um período significativo, utilizando avaliações estatísticas. A análise de capacidade de processo (após verificar a Normalidade e Estabilidade), deve ser realizada através de cálculos estatísticos, sendo que para três desvios padrões, é comum aceitar um processo estável com CPk 1,33. c) Identificar Limites Especificações de Engenharia (Variável): existem dois tipos de carta de controle de processo: variável e atributo. No caso da utilização das cartas por variáveis, os limites da especificação devem estar determinados e estes não devem mudar durante a utilização do CEP. d) Determinar tamanho da amostra: o tamanho da amostra vai depender de dois fatores: • Tamanho do lote de produção • IQA - Índice de Qualidade Aceitável Após a obtenção desses dois valores, devem ser utilizadas tabelas estatísticas (disponíveis nas normas NBR 5426 e NBR 5429, para atributos e variáveis, respectivamente), para determinar qual o tamanho da amostra que será significativo (trará informações confiáveis) para determinar dados estatísticos. e) Determinar forma de amostragem: a ABNT não define uma forma específica de amostragem, no entanto, quanto mais espaçadas durante o período de produção, melhor será o resultado estatístico, porque mais variáveis de processo serão consideradas no cálculo. No entanto, essa decisão será tomada baseando-se nas possibilidades da empresa (custo, tempo de avaliação, logística, etc.). f) Estudo de R&R: as pessoas responsáveis por realizar a coleta das amostras, devem passar por uma avaliação chamada de R&R (Repetibilidade e Reprodutibilidade): • Repetibilidade: avaliação de um funcionário quanto à capacidade de repetição de uma verificação sempre da mesma forma (erro de verificação entre várias avaliações realizadas por uma mesma pessoa); • Reprodutibilidade: avaliação de vários funcionários quanto à capacidade de reprodução de uma verificação sempre da mesma forma (erro de verificação entre várias pessoas realizando uma mesma avaliação). g) Elaboração de um Diário de Bordo: a coleta das amostras deve ser realizada em um formulário padrão, onde deve haver espaço para anotação de causas especiais de processo. h) Elaboração da carta de controle preliminar: a primeira carta de controle serve de base para as demais cartas de controle de processo. Nessa carta de controle são tomadas no mínimo 125 Controle Estatístico de Processo 4 amostras para elaboração dos limites de controle. O tamanho das amostras das demais cartas, deve obedecer o estipulado nas normas NBR 5426 e NBR 5429. i) Elaborar Carta de Controle: a segunda carta de controle é elaborada a partir da carta de controle preliminar. Desse ponto em diante, o processo deve ser monitorado continuamente para evitar descontroles. j) Verificar Tendências do Processo: através de Análises Estatísticas é possível avaliar as tendências do processo antes que ocorra uma falha. l) Atuar no Processo: se a tendência do processo indicar que possa ocorrer uma falha, deve ser feita uma atuação para evitar que a falha ocorra. m) Refazer a Carta de Controle: cada vez que ocorre uma alteração no processo, devem ser refeitos os cálculos da carta de controle.

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