Na rua dos andradas 69 funciona o tradicional bordel vertical do centrão de São Paulo, o 69, instalado há mais de 40 anos em um prédio inteiro de nove andares na rua dos Andradas, no sugestivo número 69, na Luz. Esse “biscate proud”, espécie de orgulho do meretrício, é forte entre as profissionais. Os frequentadores são motoboys, serventes, balconistas, porteiros, office boys, faxineiros e outras classes de trabalhadores da região.
O sistema que rege a casa é igualmente único. Na entrada, há um pequeno balcão de madeira, que funciona como uma chapelaria. Se deixar alguma sacola ou pasta, recebe um pedaço de madeira com um número. Não há revista nem controle. Mais em frente, chega-se ao elevador, figura central no funcionamento do 69. Lentamente, mas lentamente mesmo, o painel vai mostrando a cabine descendo: 3, 2, 1...
Quando a porta abre, a ascensorista educadamente autoriza quatro cavalheiros a entrar. “O escritório de advocacia é lá no nono?”, brinca um. “Não, lá é a primeira vara”, agita outro. “As advogadas ficam lá em cima, no andar em cima da igreja”, emenda a própria comandante da viagem, que atende por “Naja” e está há 40 anos no mesmo papel. Tem uma mesinha portátil com uma caixa que recebia gorjetas dos presentes. Após alguns instantes, todos chegam aonde efetivamente começa a brincadeira. “É só descer a escada e ir encontrando as garotas”, simplifica Naja.
No nono e último andar, começa a escada de serviço que leva às profissionais. Imediatamente, braços sorrateiros agarram os convidados. Ao olhar para trás, o repórter encontra uma senhora, bem acima do peso, sem boa parte dos dentes, trancinhas amarradas com um elástico, de calcinha branca, mostrando tudo o que os comercias de cosméticos tentam esconder. “Vamo fazê neném?”, sussurra para mim, dando uma piscadela.
Celulite, banha e banguela
Funciona assim: você vai descendo, elas vão te agarrando e te assediando enquanto você tenta seguir em frente. O coro que compõe o zunzunzum dos corredores vibra no tom do “vamo?”. A convocação é repetida sem parar, quase sempre acompanhada de uma mão esperta e uma olhadinha marota para os apartamentos, cubículos de fórmica em que cabe uma cama e um pequeno armário os programas custam a partir de R$ 20,00.
Funciona assim: você vai descendo, elas vão te agarrando e te assediando enquanto você tenta seguir em frente. O coro que compõe o zunzunzum dos corredores vibra no tom do “vamo?”. A convocação é repetida sem parar, quase sempre acompanhada de uma mão esperta e uma olhadinha marota para os apartamentos, cubículos de fórmica em que cabe uma cama e um pequeno armário os programas custam a partir de R$ 20,00.
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